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29 de Abril de 2024

Projeto cria carreira de assistente de advocacia para graduados não aprovados no Exame da OAB

Publicado por Senado
há 10 anos

Um projeto recém-apresentado pelo senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) cria uma nova alternativa para graduados em Direito que são proibidos de exercer a profissão de advogado por não cumprirem o requisito de aprovação no Exame da OAB. De acordo com o PLS 232/2014, esses bachareis poderão atuar como assistentes de advocacia, prestando auxílio aos advogados, que ficariam responsáveis por sua supervisão, ou ainda como mediadores.

Ao justificar a proposta, Crivella argumenta que os bachareis não aprovados no Exame da OAB podem ser encarregados de tarefas como levantar fatos e provas; fazer contato com clientes; organizar reuniões; e auxiliar em questões de informática e administração interna.

Segundo o autor, a profissão de assistente de advocacia inspira-se em atividades semelhantes existentes nos Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. Nos EUA, onde são conhecidos como "paralegals", esses profissionais somam quase 280 mil.

Pelo projeto, os assistentes de advocacia seriam inscritos em quadro próprio na OAB, pagando anuidade correspondente a 60% do valor devido pelos advogados. Eles também poderiam integrar sociedades de advogados e receber honorários.

Entidades representativas estimam que existam no Brasil pelo menos 2 milhões de bachareis em Direito sem carteira de advogado, o que, segundo Crivella, tornou-se um importante problema social. "A maioria jovens, sem profissão definida, com baixa autoestima e uma velada reprovação familiar. O problema não é mais pessoal, mas sim social. O trabalho como assistente pode ser uma alternativa", diz o senador.

O PLS 232/2014, que aguarda apresentação de emendas antes de ser distribuído a relator, tramita em caráter terminativo na Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Exame de Ordem

O Exame da OAB é tema de vários projetos em tramitação no Senado. O PLS 397/2011, do senador Eduardo Amorim (PSC-SE), propõe validade de três anos para a primeira etapa do exame (prova objetiva), o que permitiria a candidatos aprovados nessa fase entrar diretamente na segunda (prova prático-profissional). Atualmente, a OAB prevê o aproveitamento do resultado na primeira etapa somente no exame subsequente.

O projeto aguarda votação na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), onde tem parecer favorável da relatora, Ana Amélia (PP-RS).

A proposta mais polêmica, porém, é a simples extinção do exame, prevista na PEC 1/2010, do ex-senador Geovani Borges. Pela proposta de emenda à Constituição, o diploma de graduação legalmente reconhecido é suficiente para a atuação profissional. A PEC foi rejeitada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), em 2011, mas houve interposição de recurso para que fosse votada em Plenário, o que ainda não ocorreu.

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47 Comentários

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Esse projeto por um lado ajuda os bacharéis que não conseguem passar no Exame da Ordem, um verdadeiro calvário para muitos, mas também deve ser tratado com muito cuidado, principalmente pela OAB, isso porque os "grandes escritórios" podem usar os mesmos no intuito de substituir os advogados, visando baratear a mão de obra.

Isso também pode induzir o bacharel a não seguir em frente, esquecendo do exame da OAB.

Se o projeto for a frente, acredito que a OAB deve limitar o número de assistentes. continuar lendo

Em vez de tomar medidas para obrigar as faculdades a oferecerem um curso de qualidade que de fato capacite seus alunos, tenta-se a todo custo 'infiltrar' graduados obviamente incapacitados no mercado.
E ainda chamam isso de "resolução de um problema social". Problema social são as faculdades de fundo de quintal que simplesmente expedem diplomas pra quem quer que se matricule e pague as mensalidades. E antes das faculdades de fundo de quintal, o ensino básico público que torna praticamente impossível o acesso de seus alunos a boas faculdades. Esses sim são os problemas sociais. E para eles, não vejo nenhuma proposta de lei dos ilustres parlamentares.
As emendas sempre saindo piores que os sonetos... continuar lendo

Pessoa lúcida....cursos pífios em faculdades oportunistas e puramente mercantilistas......as vítimas, infelizmente, são os cursados, mas nem por isso a sociedade deve ser submetida ao despreparo profissional de quem quer que seja. O foco deve ser a formação do profissional de direito, de início o aprimoramento do ensino do Direito.....é onde a OAB deveria atuar. continuar lendo

Falou tudo. Talvez por não ter interesse, os governantes não conseguem fornecer ensino público de qualidade e muito menos fiscalizar o ensino particular. continuar lendo

Por certo os cidadãos são, via de regra, tolos, e devem contar com o auxílio de uma elite (a cúpula da OAB e os organizadores da mal-fadada prova) para que não sejam "vítimas" de rábulas.
Agora, sem ironias, só idiotas não percebem que o exame da ordem é reserva de mercado. Se a pessoa quer comprar um diploma de uma faculdade de fundo de quintal, que compre. Cabe ao MEC fiscalizar tais faculdades. Mas ao invés de sanar a causa, foca-se no efeito, que é a existência de rábulas. E a solução é genial: o aluno que durante cinco anos não aprendeu nada, consegue em dois meses de cursinho todo o conhecimento necessário para passar na prova e, seguindo o raciocínio dos idiotas, exercer a contento a advocacia. Deixemos o MEC fiscalizar os cursos, e o mercado selecionar os advogados qualificados. continuar lendo

Ivelize, excelentes considerações. Parabéns!!!
Como sempre, aqui no Brasil, alguém quer tirar uma "casquinha" de uma situação "politicamente" construída.
Assim, na década passada as portas foram escancaradas para a criação de cursos jurídicos. As faculdades foram surgindo sem nenhuma fiscalização governamental e os diplomas foram sendo distribuídos, aleatoriamente. Os resultados estão aí, centenas de milhares de pessoas que não reúnem condições mínimas para obter a aprovação no Exame Unificado da OAB.
É óbvio que estas centenas de milhares de bacharéis estão sendo vistos como "votos" e não como pessoas que precisam de um espaço no mercado de trabalho.
Com todo respeito ao Senhor Marcelo Crivella, que diga-se de passagem é candidato do Governo do Estado do Rio de Janeiro, este projeto é um disparate. continuar lendo

Excelente solução para que os concludentes não aprovados não fiquem fora da sua área de atuação. Parabéns. continuar lendo

Brincadeira isso!!!

Além de não fazer a prova, paga 60% da anuidade, recebe honorários, mas não se responsabiliza como advogado....QUEM VAI QUERER FAZER O EXAME DE ORDEM??? kakaka

O que deveria ser feito é melhorar o processo de correção que é uma afronta aos estudantes, tendo em vista que, existem provas que nem corrigidas são....ou muda a Banca Examinadora ou estabelece uma equipe maior para a correção das provas.....ESSAS SIM SERIAM SOLUÇÕES MAIS PLAUSÍVEIS!!! continuar lendo