Pacote fiscal do governo contribui para a recessão, diz Paulo Paim
Em pronunciamento nesta quarta-feira (16), o senador Paulo Paim (PT-RS) disse que o pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo federal pode contribuir para a recessão, o desemprego e o arrocho salarial, visto que as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff vão repercutir sobre os trabalhadores e empreendedores de todo o país.
Paim disse que a “voz comum’ entre os representantes das centrais sindicais e dos movimentos sociais é a de que o pacote “vem na contramão de tudo aquilo que o povo tem manifestado nas grandes mobilizações realizadas pais afora”.
- O foco [do pacote fiscal] continua ainda muito pegando o andar de baixo, o que preocupa a todos – afirmou.
Paim disse que o governo deveria encaminhar ao Congresso um projeto de lei taxando as grandes fortunas e heranças, já adotada em países civilizados, ao contrario de prejudicar a população com as medidas contidas no pacote fiscal, entre elas a criação de mais impostos.
- Não pode haver medo da tributação das grandes fortunas. Há projeto meu, e projetos dos senadores Randolfe Rodrigues e Antonio Carlos Valadares que tratam do tema. O Executivo ajudaria muito se mandasse ao Congresso a tributação de grandes fortunas e heranças - afirmou.
Caso ficassem isentos do pagamento do Imposto de Renda, os 13,5 milhões de brasileiros que ganham até cinco salários mínimos representariam uma perda de apenas um por cento do total arrecadado pelo governo.
- No Brasil, a distribuição de renda é uma das piores do mundo. Uma alíquota média de um por cento poderia proporcionar arrecadação superior a quatro por cento do PIB [rroduto interno bruto]. Daria ao governo arrecadação de sessenta bilhões taxando as grandes fortunas. A CPMF, como colocada pelo governo, arrecadaria em torno de trinta bilhões. Não precisávamos criar a CPMF – afirmou.
Paim disse ainda que a sonegação de impostos rouba um quarto de tudo aquilo que o brasileiro paga todos os anos para o governo, ultrapassando R$ 415 bilhões, de acordo com dados oficiais citados pelo senador.
- Se fosse eliminada a sonegação, ela poderia reduzir em até 28,4% os impostos pagos pelo país. E ainda a União arrecadaria muito mais do que arrecadaria hoje, se todos pagassem – afirmou.
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